segunda-feira, 26 de agosto de 2013

UM POUCO MENOS

Claro que ele ainda a ama.
Não consegue pensar ou desejar outra pessoa.
Se não for com ela, com quem mais será?
Ele a ama, e ponto.
Só que a ama um pouco menos.
Ele se entregou a esse amor desde o primeiro momento, desde a primeira troca de olhares, desde o primeiro toque de mãos. Entregou-se de alma, puro carinho. Mesmo o tempo não era capaz de diminuir o que sentia, só aumentava, cada dia mais entregue. Ela correspondia, se entregava também, sonhava junto os mesmos sonhos, sentia os mesmos sentimentos e amava igual. Um amor intenso e puro. Um não duvida do amor do outro.
Prometeram nunca deixarem de se olhar, nada os separaria.
Mas a vida real é diferente dos sonhos.
Um deslize mudou tudo, e apagou o amor.
Um erro aqui, outro ali, e tudo desmorona como um castelo de cartas.
Não dá para desfazer os erros; não dá para fingir que nada aconteceu.
O faz-de-conta não dura pra sempre.
Claro que ele ainda a ama.
Só que agora, ama um pouco menos.
A cada decepção, um pouco menos.
A cada mentira, um pouco menos.
A cada palavra dura, um pouco menos.
A cada frustração, um pouco menos.
A cada dia, um pouco menos.
Pouco a pouco, menos e menos…
até o dia em que não sobrará amor, apenas desprezo, raiva e orgulho ferido…
novamente igual entre os dois.

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